sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Remoção de parte do Ilizarov

Ontem estive internado no Hospital Paulo Sacramento em Jundiaí para retirada de parte da gaiola.
Acredito que foi uma cirurgia rápida pois entrei no centro cirúrgico às 7h00 e às 9h00 já estava no quarto. Às 13h15, obtive alta médica e pude voltar pra casa.
A grosso modo, metade da gaiola foi removida, saí do hospital com um saquinho cheio de ferros (do Ilizarov). Vou pendurá-los na árvore de Natal.
Enfim, estou com o braço dolorido (Ah! O que eu queria, depois de ter os fios do Ilizarov arrancados do braço por um alicate igual a esses que usamos em casa?). Os furos onde estavam os cravos e os fios estão aparentes e terei que esperar eles cicatrizarem espontâneamente (não existe pontos!). Estou tomando remédio para dor e anti-inflamatório, juntamente com os antbióticos pra combater a osteomielite.
Bom o Natal deste ano não é nenhum Natal dos sonhos, porém já é um pouco melhor do que o Natal do ano passado. Espero ter dado um passo importante para ter a gaiola totalmente removida dentro de mais alguns meses.
Querido Papai Noel... que em 2011 o Ilizarov seja totalmente removido de meu braço, que a osteomielite seja curada e que enfim eu volte a ter uma vida normal.
Feliz Natal a todos!

domingo, 28 de novembro de 2010

Novas Fotos do Ilizarov




Seguem as mais recentes fotos do Ilizarov em meu úmero esquerdo.
Como escreví anteriormente, estamos desestabilizando gradualmente a armação, soltando gradualmente algumas hastes do aparelho.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E o osso colou.

Já se foram 256 dias desde a cirurgia para implantação da gaiola (Ilizarov) e já se foram 16 meses do acidente também.
Hoje eu estive no médico (ortopedista) e foi feito um raio x da fratura.
Segundo o ortopedista, o osso colou!
Mas a gaiola ainda continuará por aqui. Sem previsão para removê-la.
Vamos começar a desestabilizar a fixação externa, soltando alguns parafusos alternadamente. Com isso, a idéia é estimular uma maior consolidação óssea que ainda é insuficiente.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

250 dias com o Ilizarov

Lá se foram 250 dias desde a "instalação" do Ilizarov em meu braço.
Lá se foram muitos dias sem trabalhar.
Lá se foram muito antibiótico para a Osteomielite que me consome.
Lá se foram rios de paciência.
Lá se foram muitas gotas de Lisador.
Lá se foram dias tristes e alegres.
Esperança em dias melhores.
Agradecimentos pelos avanços.
Tudo evolui, pensando assim, a vida evolui para a morte.
E pela morte se obtem a eternidade.
Viver como se fosse o último dia.
Caras como eu estão ficando velhos e chatos.
Na próxima, postarei uma foto nova do Ilizarov, ou seja, um pouco mais do mesmo.
Minha arcada dentária está voltando ao normal com o uso do aparelho nos dentes. Opa! Existem boas notícias também.
Pela conversa dos dentistas, acho que não vou escapar do implante dos dentes. Ufs, um pouco mais de dor.
É pouco pra mim! Um cara que só trabalhou, estudou e em 90% da vida só fez coisa boa, com progresso.
Um dia o sol voltará a brilhar, enquanto isso, bom... deixa prá lá... o caminho será longo e trabalhoso... Desde 1977, teve dia fácil? Por isso, lhes digo: sou o cara certo pra carregar o Ilizarov, a osteomielite e toda essa tromba que estou passando!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Oito meses com a gaiola

Amanhã completarei 8 meses com a gaiola, ou seja, daqui a pouco.
Tá um tempo muito estranho lá fora, uma noite quente com muita ventania, adqvertindo que coisa boa não está por vir.
Eu estou aqui escrevendo com as janelas espalancadas, pois estou suando e não paro de espirrar.
O oitavo mês desta infinita gestação que é a osteomielite + o Ilizarov promete ser melancólico. Sem motivos aparentes, porém é assim que eu me sinto.
Minha atual sensação é a de um piloto que largou em último lugar, fez uma corrida espetacular, ganhou a corrida e na hora do pódio, a equipe colocou outro piloto no lugar dele pra ouvir o hino e estourar a champagne.
Infelizmente as coisas são assim.
Vou melhorar pois a sobrevivência está no meu DNA, mas minha vida está um porre!
Não é a luta do bem contra o mal, da justiça contra a injustiça, do He-Man contra o Esqueleto e nem da rocha contra o mar é simplesmente resistência física contra resistência psicológica.
Enfim é a mesma coisa de que falar com a porta. Não adianta nada.

sábado, 2 de outubro de 2010

Este é o meu único cantinho.

A minha situação ainda é crítica e desde que adotei um novo modo de comportamento, às vezes, este blog é meu único refúgio para desabafar.
Continuo seguindo exemplarmente meu tratamento visando a recuperação total do osso e da eliminação da osteomielite. Sei que meu caso é grave e que o tratamento será muito trabalhoso, mas infelizmente continuo em um "vôo cego" quanto a previsão de recuperação. Em partes, meu ortopedista poderia ser mais bacana, mas ele não dá uma previsão sequer quanto as expectativas futuras. Quando faço algumas perguntas como uma possível previsão de retirada da gaiola, meu médico logo perde a paciência e diz que vai fazer um enxerto ósseo em mim. Logo lembro-o que estou usando o PHYSIO STIM (que ele mesmo indicou) para não fazer o enxerto ósseo e aí o bicho come um "bom-bril" danado. Infelizmente além da paciência necessária com todas as coisas desagradáveis que o Ilizarov e a osteomielite me trouxeram, tenho que ter mais paciência ainda com o "ego" dos médicos (todos). Coitados vão morrer e feder como qualquer um.
Tenho tido um comportamento quase nota 10, com paciência, sem grana, aguentando firme as dores e incômodos, aguentando o trabalho que está num ritmo acelerado, apesar de ter que escutar gracinhas de uns caras com 20 anos de empresa no "lombo" que insinuam que eu estou tranquilo, pelo fato de eu não estar saindo para visitar clientes com a mesma frequência de antes. Enfim é que pra trabalhar no mesmo ritmo que eu trabalhava antes do acidente, o cara tem ser "bão", não é pra qualquer um não! Hoje mesmo com a limitação momentânea de dirigir automóveis, sou produtivo pra caramba, pois vendo um monte de máquinas sem tirar a bunda da cadeira, a custo praticamente zero pra empresa. Atualmente sinto pena dessa gente, que apesar de 20 anos de empresa não sabem sequer escrever um e-mail em português...
Falando em empresa, pra piorar ainda mais minha situação fiquei pagando os descontos em folha de pagamento referente aos meus 11 meses de afastamento até este mês de setembro. Enfim, estou desde julho sem receber do INSS e da empresa e nem preciso comentar que minha situação financeira está terrível.
Me considero uma perfeita mula manca, pois já cometi todos os erros que uma pessoa comum pode cometer. Às vezes, me pego questionando que não tive melhor sorte até agora, por falta de fé...porém, quando paro pra pensar que apesar de todos os fatores contra, ainda trabalho exemplarmente, estou concluíndo uma pós-graduação onde fui aprovado em todos os módulos, digitei um TCC com uma única mão, pago minhas contas em dia, faço fisioterapia, exercícios físicos (emagreci 6 quilos) e sou ativo em prol do bem, logo vejo que existe fé sim! FÉ NA VIDA!
Como escreví acima, este quase sempre é meu único cantinho para exprimir meus desabafos, pois não vou ficar choramingando e reclamando da vida pelos cantos, por mais dura que ela se apresentou pra mim.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Foto da nova gaiola.






Andei meio sumido. Foi pura falta de tempo.
Minha vida continua uma montanha russa, ou seja, cada vez que vou ao médico é pura emoção!
Meu ortopedista achou melhor mexer na gaiola (Ilizarov) para alterar o posicionamento de um anel da fixação externa que atrapalhava a visualização do raio x. Durante a mudança do anel, houve um solavanco no parafusar e desparafusar de uma parte do anel onde consegui ver toda a Via Láctea, tamanha a dor. Agora a gaiola possui um desenho diferente. Na minha opinião, ficou mais feio do que já era (parece a ponte estaiada de São Paulo), o diâmetro do anel superior aumentou e ele machuca minha costela, enfim, desgraça pouca já é bobagem.
Na linha do ortopedista, ainda estou usando o estimulador ósseo para consolidar a fratura. A parte posterior do úmero já possui traços de crescimento de osso, porém, na parte frontal ainda existe uma fenda considerável. O médico sinaliza que será necessário fazer um enxerto. Porra, gastei uma nota preta para comprar o estimulador ósseo, incluso assinei um contrato que diz que o estimulador recuperárá 100% da fratura sem necessidade do enxerto após seis meses de uso e meu médico (que indicou o uso do estimulador) quer fazer um enxerto ósseo agora! O problema é que busco esclarecimento e questiono muito os médicos para poder ser curado logo e já descobri que médico nenhum gosta de sem apertado com muitas perguntas, lamentável mas é difícil aturar o EGO inflado de certos médicos.
Com o infectologista foi outra emoção, meu exames de sangue vêm acusando um leve aumento nas taxas de PCR e VHS. Na opinião da infectologista de Itatiba, eu deveria entrar com um tratamento de choque tomando 63 injeções de um antibiótico chamado Teicoplanina. Cada injeção custa na faixa dos R$ 400,00 e PIMBA! Lá vai o banana do Flavio pedir ajuda pra Deus e o mundo (assistente social, plano de saúde, SUS, secretaria da saúde) para conseguir o tratamento. Fui imediatamente consultar outro infectologista em Campinas que sugeriu aumentar a dose oral do Cipro em 500 mg diários, o que foi aceito pelos ortopedistas e pela infectologista de Itatiba, obviamente contrariada. Um mês se passou, fiz novos exames de sangue e as taxas de PCR e VHS caíram, então ficou decidido que continuarei tomando os antibióticos via oral com o acrécimo mencionado do Cipro. Obs: para os ortopedistas meu exame de sangue está pouquíssimo alterado e enquanto eu estiver com a gaiola no braço, o exame sempre estará alterado, enfim, eles nem se preocupam com isto devido à baixa alteração.
Parei de ir à fisioterapia em Jundiaí porque o fisioterapeuta simplesmente sumiu, sem dar satisfações. Fiquei sabendo que foi briga entre os sócios da clínica e por este motivo, voltei a fazer fisioterapia em Itatiba. O bom é que faço fisioterapia no clube e após o término da fisio, subo para a academia de faço 45 minutos de bicicleta. A bicicleta está me ajudando no condicionamento físico e em menos de 2 meses, perdí 6 kilos e me sinto muito melhor.
Para completar, posso afirmar que o ditado "quem trabalha não ganha dinheiro" é verdadeiro. Retornei ao trabalho no início de julho de 2010. Devido aos 11 meses de afastamento, perdí o período aquisitivo de férias e me apresentaram uma lista infinita de descontos que serão realizados em meu salário. São descontos em folha de pagamento que foram honrados durante os onze meses de afastamento e que agora devo para a empresa. São coisas do tipo: plano de saúde, plano dental, previdência privada complementar, mensalidade do grêmio, etc... Hoje eu não recebo do INSS e não recebo do meu empregador que está promovendo os descontos pertinentes em folha, por isso tenho trabalhado e não recebido (pra não ser injusto, recebo um pequeno adiantamento no dia 20 que é menos que o INSS pagava). Durma com um barulho destes.
Enfim, infelizmente já perdi a esperança de que meu caminho poderá ser mais "suave" nesta recuperação. Já encaro a possibilidade de ter que fazer enxerto ósseo, raspagem de osso, tomar antibiótico intravenoso, tomar antibiótico injetável intramuscular, ficar com esta gaiola mais tempo do que o previsto, perder o movimento do cotovelo, ficar sem dinheiro e etc. Curiosamente, enquanto projeto este tortuoso caminho, me encho de brio e coragem para enfrentá-lo e até o momento sigo sem reclamar das dores e da minha sorte, pois já estou ciente de que reclamar e chorar não ajudarão em nada na solução dos problemas.
Para terminar o relato de hoje, deixo imagens do novo desenho da gaiola.
Tchau e que eu tenha dias melhores, talvez eu já faça por onde merecê-los. Infelizmente não decido minha sorte e meu destino, que estão entregues às forças superiores, para as quais suplico diariamente.
Flavio Gemi 07/09/2010.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Physio Stim


Oi pessoal virtual, escrevo para lhes mostrar meu novo "brinquedinho". Trata-se do Physio Stim (vide foto). Utilizo este aparelho três horas diárias sobre o fixador externo, na direção da minha fratura. Segundo consta, ele emite sinais eletromagnéticos que ajudam a consolidar o osso. Não sinto nada quando utilizo o Physio Stim, mas, pela primeira vez em um ano fui ao médico e recebi uma boa notícia: está formando osso! Acredito que não só este aparelho, mas uma somatória de coisas estão me ajudando a resolver esse problemão.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Gato é gato e lobo é lobo

Oi amigos do mundo virtual,
Hoje voltei ao trabalho pra valer, quase um ano após o acidente e afastamento. Pra eu voltar a trabalhar, o INSS, o empregador e meu médico tiveram grande benevolência comigo. Ao menos posso me ocupar com outros assuntos e deste modo "fazer o tempo passar mais rapidamente".
Passo a passo terei a chance de recuperar o tempo e as oportunidades perdidas, espero que esta fase pós acidente tenha me trazido mais sabedoria pra levar a vida.
Falando em trabalho, posso dizer que lobo é lobo e gato é gato!!!! Só eu saberei o que isto quer dizer, hahaha.
Bem pessoal, a vida está andando com Ilizarov e tudo!
Fui.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mais um mês que se inicia

Oi amigos virtuais.
Mais um mês se inicia e com ele renova-se a esperança de que a minha situação irá melhorar.
Tenho perspectivas para acreditar na melhora, pois estou seguindo meu tratamento à risca (antibióticos e fisioterapia) e ainda iniciei o tratamento alternativo com o Phisio Stim para a consolidação óssea.
Completarei um ano de acidente no próximo dia 23 de julho. Paro pra pensar qual é a real lição que devo tirar de todo este acontecimento e estou quase certo de que o real aprendizado não está explícito ao olhar das pessoas que convivem comigo. Esta mensagem está implícita, cabe a mim entendê-la e estou ciente que levarei um tempo para compreendê-la.
Sigo sofrendo a dor física sem reclamar, porém minha maior angústia é entender porque a vida é tão dura comigo. Falo da minha existência que é seguida de acontecimentos surprendentes, esta etapa pós-acidente é só a cereja do bolo. O dia em que eu obtiver esta resposta, acredito que estarei realmente curado.
Infelizmente, tenho ciência que esta fase difícil não será a última, outras virão e tenho que continuar a caminhada do destino. Tomara que a sorte comece a sorrir pra mim.
Por fim, tenho que ter orgulho de mim mesmo por segurar essa onda!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mais uma foto da gaiola


Oi voltei, neste tempo que fiquei sem escrever, posso dizer que algumas coisas evoluíram. Estou aguardando a chegada de uma aparelho denominado Physio Stim para colocá-lo diariamente em meu cotovelo, sobre a fratura. Segundo consta, ele emitirá estímulos eletromagnéticos que ajudarão o osso a se reconstruir. Posso adiantar que ele custa muito caro, mas nesta altura do campeonato, todo o sacrifício (mais um!) será feito. Serão seis meses de uso diário de três horas. Oxalá eu consiga obter benefícios nesta etapa do tratamento que permitam que eu não sofra mais aborrecimentos e sofrimentos fisicos como uma nova cirurgia para colocação de enxerto ósseo, por exemplo. Também está quase tudo certo para que eu volte a trabalhar e retomar a vida profissional que está parada a quase um ano.
Para ilustrar, segue uma foto recente que tirei no meu celular do braço com o Ilizarov.
Abraços e até breve.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ilizalove - All you need is love and Ilizarov

Caros amigos do mundo virtual,
Ando de saco cheio da minha situação, é uma sensação de tudo posso e nada posso.
Essa sensação tem nome e é angústia.
Estou assim desde que meu médico me mandou rezar para que eu possa escapar que situações mais tortuosas em meu tratamento. Cara, se o médico te manda rezar...é porque a coisa tá preta!!!
Sabendo quem eu sou, não vou morrer sem pelejar antes, por isso não vou ficar esperando sentado, vou tentar fazer acontecer algo. Estou analisando e possivelmente entrarei num tratamento alternativo: 1) com o uso de ultrasom em baixa intensidade para ajudar a consolidação óssea ou 2) com o uso de pulsos eletromagnéticos para ajudar a consolidação geral do cotovelo. Estes aparelhos são importados e estou em contato com os representantes no Brasil, em breve teremos novidades.
Minhas sessões de câmara hiperbárica estão no fim. No próximo dia 15 de junho, completarei a 40a. sessão e FIM! Espero que a staphylococcus aureus tenho ido para a casa do chapéu!
Também tô cheio da minha fixação externa, da minha fisioterapia. Por isso eu canto: All you need is love and Ilizarov.
Que Deus ilimune minha cabeça e meu cotovelo.
Fui!

domingo, 6 de junho de 2010

100 comentários

Oi pessoal virtual, hoje completo cem dias com o Ilizarov no cotovelo.
Muitas coisas podem acontecer em cem dias... eu aguentei firme a gaiola no cotovelo.
Me lembro que há muito tempo cheguei a ler um livro cujo título era "Cem Dias Entre Céu e Mar", tratava-se de uma narrativa do velejador brasileiro Amyr Klink sobre sua viagem atravessando o Atlântico do Brasil até a Namíbia dentro de um veleiro. Sei lá por que escreví isso, me lembrei e deu vontade de ilustrar que MUITA COISA pode acontecer em cem dias, incluso ir de veleiro até a Namíbia e voltar. A Namíbia está próxima a Africa do Sul - que segundo um apresentador de TV - é LOGO ALÍ!!!
Um assunto puxa o outro e falando em África, na próxima sexta-feira começará a COPA do MUNDO de futebol. Possivelmente não irei assistí-la na íntegra pois tenho grande possibilidade de retornar ao trabalho, o que vai ser BOM. Também acho que será melhor trabalhar do que assistir o incrível jogo Coréia do Sul x Grécia.
No mais a vida vai indo, antibióticos, fisioterapia, câmara hiperbárica, dor no braço, remédio para dor, médico, raio x, dente, aparelho no dente, INSS, bactéria, tudo isso enfiado goela abaixo há quase um ano. É igual mastigar e engolir um BomBril por dia. Ao menos que nos próximos cem dias dê Brasil na Copa e que o Amyr Klink vá para a Namíbia novamente. E eu? Eu estarei aqui com a gaiola no braço...
FUI!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Notícias da semana.

Boa noite, hoje é meu 97º dia com a gaiola. Vou me acostumar a colocar os dias de gaiola no blog para ter uma referência histórica da coisa. Estou a caminho do centésimo dia e quem diria: um quarto de tempo de minha pseudo-sentença médica foi cumprido! Infelizmente medicina não é uma ciência exata para afirmar que ficarei justos 365 dias com a gaiola, mas é um período aproximado.
Vamos separar as notícias em dois grupos, um grupo com as notícias positivas e um grupo com as notícias céticas.
Primeiro as positivas: a) nesta semana estive no médico e uma “sombra” de osso está aparecendo no meu raio x, ou seja, tem uma camada de osso crescendo no úmero fraturado. Isto está dentro do esperado. Meu ortopedista cogitou a possibilidade de tirar a fixação externa que está em meu antebraço, para isto, depende do crescimento de alguns “calos” ósseos na região. b) estou entrando nas últimas dez sessões de câmara hiperbárica e segundo o médico hiperbarista, meu cotovelo evoluiu muito bem, pois não existe mais ferida, a textura da pele e da carne é boa e a temperatura está normal. Por isso, encerrarei este tratamento completando as 40 sessões previstas. c) A infecção está aparentemente controlada. d) tenho mexido bem o cotovelo na fisioterapia, apesar de tamanha dor.
Minha face está bem recuperada, às vezes nem me dou conta que literalmente quebrei a cara. Dentro de um mês deverei repetir uns exames para checar se tudo está bem e ganhar alta médica. Minha mastigação está ficando jóia com o uso do aparelho ortodôntico.
Notícias céticas: o tratamento ainda é logo e minhas consultas médicas não são empolgantes. Não tenho nenhuma garantia e não sei onde meu cotovelo vai chegar. Isto inclui que ainda posso passar por enxerto ósseo e um maior tempo usando o fixador externo. Meu médico me lembra a todo o momento que meu caso é grave.
Infelizmente ainda não tenho uma grande evolução, nem previsão para qualquer coisa! Tenho que continuar preparado e lutando para não acontecer coisa pior do que já me ocorreu. Putz! Que sentimento ingrato.
Flavio

quinta-feira, 27 de maio de 2010

90 dias com o Ilizarov.

Hoje me perguntei qual é a vocação deste blog.
Assim como o que farei para me motivar por mais noventa dias, visto que ainda tenho mais uns nove meses para suportar o Ilizarov e todo o pacote de ensinamentos, dores e coisas que a fratura do cotovelo proporciona.
Bom, a vocação do blog é apenas ser uma espécie de diário, para que algum dia eu me lembre destes dias difíceis e que ele algum dia sirva de refrência informal para alguém que por ventura venha a estar nesta mesma situação e não se sinta exclusivamente sozinho.
Por fim, hoje completo noventa dias com a gaiola no cotovelo. Também se passaram trezentos e oito dias de meu acidente. É redundante lembrar de toda a luta até o momento. Só espero que minha luta tenha um final feliz.

domingo, 23 de maio de 2010

Foto do Ilizarov VII



Foto após 86 dias de gaiola.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

É praga de lavadeira.

Bom dia pessoal virtual!
Sei que tenho escrito com menor frequencia no Blog. Na verdade estou dando um tempo pois queria dar uma boa notícia aqui. Infelizmente acredito que tenho criado uma expectativa em torno de uma melhora em meu quadro clínico e enquanto ela não acontece, permaneço frustrado.
Após mais de oitenta dias com esta maldita gaiola no braço, eu achava que teria algum avanço. Estive no médico ante-ontem e terei que girar os parafusos do Ilizarov mais cinco vezes, ou seja, tenho mais cinco milímetros de espaço para encostar osso com ponta de osso. Isto quer dizer que, por enquanto, não obtive reconstrução da fratura. É duro ver o raio x e constatar que a coisa não evoluiu e pelo contrário, terei que "encostar" os ossos novamente. Contudo, o médico me disse que esse processo é "normal".
Me pego pensando que há dez meses trato do meu cotovelo com o que há de melhor e nada de evolução...será que coisa pior ainda me espera?
Devo ser alguma espécie de alma sem luz, para não ser digno de uma melhora ou cura. Isto também me faz acreditar que não mereço coisa melhor do que já tenho. Não sei o que fazer, estou cansado de ver o meu pão cair com a manteiga pra baixo. Temo que ainda poderei ficar sem pão e a manteiga já está acabando.
Por esses motivos não tenho frequentado muito o Blog. Quero trazer coisas boas prá cá. MAIS TÁ DIFÍCIL.
Fui.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fisioterapia - fotos




Seguem fotos da fisioterapia.
Parece que estico só um pouco o braço, mas este pouco pra mim é MUITO.
Não preciso dizer o quanto DÓI. Fico de olhos fechados para aguentar firme e tenho a sensação de que o braço foi esticado em sua plenitude. Pela foto posso ver que não é bem assim e que HÁ um longo caminho a ser seguido.
BOM DIA!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Raio X do Ilizarov


Olá pessoal virtual! Sei que abandonei o Blog por alguns dias...É que realmente botei a vida prá frente, prá valer. Tem horas que nem me lembro da gaiola.
Minhas últimas semanas foram agitadas: continuo fazendo o tratamento na câmara hiperbárica em Campinas e na sequência vou para a fisioterapia em Jundiaí. Meio fora de mão né? Mas fazer o que fazer se só encontrei um fisioterapeuta especialista em Ilizarov em Jundiaí? Em menos de dez dias de fisioterapia já sinto melhora nos movimentos, mas, DÓI MUITO quando estico o braço. Atenção: DÓI MUITO MESMO. Só que a dor já é um opcional básico do pacote. Já me acostumei com a idéia de que tudo será trabalhoso e doloroso. O importante é ficar BOM e estou no caminho certo.
Já estou providenciando umas camisas que acomodem o Ilizarov (mala sem alça) para poder voltar ao trabalho, não vejo a hora...
Estou dirigindo também, ou melhor, estou apto a dirigir e adaptado a isto, apesar deste ato gerar muito protesto por parte de familiares e amigos. Realmente estou meio mudado: consigo enxergar nas pessoas que se manisfestam contrárias meu ato de dirigir que elas querem meu BEM e que eu fique BOM o mais breve possível. CAUSA NOBRE.
Apesar do Ilizarov, da bactéria, da câmara hiperbárica, da fisioterapia (que dói pra caramba!) me sinto muito bem, mesmo com o Ilizarov e tenho saído constantemente da minha zona de conforto para levar a vida mais próxima da normalidade possivel e acho que tenho conseguido.
Segue o último raio x da minha fratura que o Ilizarov (querido) está ajudando a consolidar.
Fui!

domingo, 25 de abril de 2010

Fotos da Câmara Hiperbárica.



A Câmara Hiperbárica consiste em utilizar pressão e oxigênio, é uma opção para tratar tecidos em cicatrização e combater bactérias.
Ela é claustrofóbica e a pressão exercida me deixa meio surdo.
Fico "preso" nela por duas horas todos os dias.
Se for pra ficar bom, valerá a pena o sacrifício.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sempre um pouco mais.

Caros leitores virtuais.
Confesso que estou um pouco cansado da rotina de consultas médicas, radiografias, câmara hiperbárica, viagem, incertezas, mas é sempre importante realçar que devemos ter sempre um pouco mais de paciência.
Desde meu acidente, não nego que pensei em dar fim a esta situação por várias vezes. É muito mais fácil ter coragem para cometer o suicídio do que ter a coragem, a tenacidade de enfrentar a dor diária e o tortuoso tratamento que é cheio de incertezas e surpresas.
Hoje iniciei a fazer fisioterapia em Jundiaí com um fisioterapeuta que possui experiência em reabilitar pacientes que utilizam o Ilizarov. Não sei se vcs perceberam mas já não tenho tanta empolgação, acho que cada vez que me cai a ficha de que não há fórmula mágica para minha reabilitação, eu fico assim.
Todos os dias tenho pedido perdão pelas minhas imperfeições, me encho de coragem e vamos lá encarar toda essa barra pesada, pois assim escolhi, uma escolha de muita coragem e dignidade.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Novidades dos últimos dias.

Caros amigos, fiquei sem escrever por alguns dias, tô sabendo.
Na verdade muitas coisas aconteceram nos últimos dias, nem deu tempo de me dedicar ao blog e outras coisas.
Vamos lá, minha carteira de motorista (linda!) está renovada, já posso pilotar novamente.
Iniciei as sessões de câmara hiperbárica em Campinas. Confesso que estava com medo do que viria pela frente, mas posso dizer que a coisa é um pouco melhor do que imaginei. Trata-se de entrar num grande cilindro com mais umas seis ou sete pessoas onde cada um se acomoda numa cadeira, veste-se uma máscara de oxigênio que cobre a boca e nariz. Você fica trancado dentro da câmara por duas horas aproximadamente respirando o oxigênio puro que sai da máscara, a câmara por sua vez, exerce uma pressão de aproximadamente dez metros abaixo do nível do mar. É incômodo pra caramba respirar com a máscara, dá a sensação de "tapamento" dos ouvidos (igual quando descemos a Serra do Mar), mas como escrevi é menos pior do que imaginei, ao menos estamos em mais pessoas dentro da câmara. Terei que passar por umas trinta sessões desse trem aí!
Estive visitando meu ortopedista e tudo está caminhando bem com minha recuperação. Vou iniciar fisioterapia com um fisioterapeuta que possui experiência com a gaiola.
Hoje é feriado no mundo dos homens e tive um dia próximo de um ser normal. Fiz minha sessão de câmara hiperbárica já cedinho e fui ao shopping onde lá almocei com minha esposa, tivemos direito a um cineminha após o almoço. Quer mais? Sim me arranquem o Ilizarov do cotovelo quanto antes!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Quero sarar e voltar ao normal!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Socorro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A última do dia, encomendamos umas camisas tipo asa de morcegão para vestir o russo mala sem alça! Logo voltarei ao trabalho.
Fui!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Foto do Ilizarov VI


As feridas estão melhores, mas a foto ainda é desaconselhada para pessoas sensíveis.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Perguntas sobre o Ilizarov e respostas tipo "Tolerância Zero"

Bom dia caros leitores virtuais. Sempre escrevo achando que terei um leitor facultativo ou que realmente exista.
Durante estes dias em que uso o Ilizarov, tenho notado que algumas perguntas se repetem quando saio na rua. Algumas perguntas realmente despertam o “Seu Sairaiva” adormecido em mim.
Algumas perguntas são muito pertinentes e acho legal que as pessoas se solidarizem ao meu caso, porém, algumas perguntas são sensacionais! Ontem, estive na farmácia e o rapaz que me atendeu soltou a seguinte pérola direcionada ao meu Ilizarov: “Foi na cirurgia que o colocaram?” – respondi que sim na maior naturalidade, mas, dentro de mim o “Seu Saraiva” falava: “Não, não foi na cirurgia, eu estava caminhando pela cidade quando um satélite desordenado saiu da órbita da Terra e caiu sobre mim. Eu coloquei o braço na frente dele para me proteger, daí, parte do satélite ficou grudado em meu cotovelo e desde então eu ando com esses ferros grudados no braço! Tolerância Zero, realiza Carolina (bordão do Saraiva).
Por isto, vamos criar as perguntas TOP 10 do Ilizarov e as respostas estilo “Seu Saraiva”:
1. Como você faz para dormir com isto? (Esta é a the Best I). R: Primeiro fecho os olhos, depois durmo.
2. Você tira isto de vez em quando? R: Sim, desmonto o Ilizarov todo o dia pra tomar banho, só dá um pouco de trabalho para montá-lo novamente e passar os fios dentro do osso, mas já estou pegando prática!
3. Durante o banho você o lava? R: Não posso lavá-lo para não enferrujar e pode ser que ele encolha e não caiba mais em mim!
4. Foi acidente de moto? (Esta é a the Best II). R: Não, foi um coice de mula!
5. Você tem que rasgar a camiseta para vesti-la? R: Não, é que tem muita traça em meu guarda-roupa e minhas camisetas estão todas assim! (essa dói no cérebro).
6. Isso dói? (referindo-se ao Ilizarov). R: Não dói não, é muito prazeroso usá-lo, incluso estou pensando em colocar um no pescoço!
7. Isso passa por dentro de você? R: Não passa não, trata-se de ilusão de ótica!
8. O que você vai fazer depois que tirá-lo? R: Olha, penso em colocar outro no outro braço pra não ficar sem!
9. Ah! Isso não é nada não! Logo você vai ver que passa! (Não é uma pergunta, mas é a the Best III). R: Então já que não é nada, vamos colocar um em você!
10. O que fazem estes parafusos aparentes? R: Quando eu giro-os me transformo no Wolwerine!
Não é questão de perguntar, é tolerância zero mesmo! Seu Saraiva, o senhor por aqui?
Argh! FUI!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Boas Novas!

Olá blogueiros de plantão. Faz alguns dias que não escrevo no blog, né? Antes de tudo, quero agradecer os 758 acessos ao blog (http://fgemi.facilblog.com), apurados no mês de março (tá certo que metade dos acessos foram meus, ah ah).
Vou aproveitar para atualizar a situação. Depois de um bom tempo tenho a percepção que as coisas estão voltando a acontecer de forma positiva em minha recuperação. Tenho conseguido fazer alguns trabalhos domésticos, tipo: varrer a casa e lavar a louça sem sentir um grande incômodo por parte do Ilizarov. Consegui até pregar um arremate do guarda-roupa que havia caído há algum tempo. Tá certo que o serviço ficou meio made in China, mas a madeira do arremate não estava lá àquelas coisas, o importante foi conseguir fazer.
Voltei às aulas do MBA e incluso terei prova nesta próxima sexta-feira (tenho que estudar, argh!), também consegui agendar a reposição das aulas que perdi. Do mesmo modo, conclui o nível intermediário de espanhol. Tudo com o Ilizarov à tira colo.
Quanto ao meu cotovelo, o tratamento evolui dentro de uma normalidade e as feridas estão cada vez mais cicatrizadas. Daqui quinze dias voltarei ao médico para fazer um novo raio x para ver como está a cicatrização do osso. Ainda continuo fazendo meus curativos duas vezes por dia.
O médico indicou fazer seções de “câmara hiperbárica” para ajudar na recuperação. Para quem não conhece este tratamento, trata-se de te colocar dentro de uma cápsula (pra não falar num caixão de defunto) onde você passar a respirar oxigênio 100% puro durante uma hora. Ainda não a vi ao vivo, mas pelo que pesquisei, deve ser horrível e totalmente claustrofóbico. As más línguas dizem que após algumas seções, você recebe um diploma para ser astronauta da NASA, pois se você suportá-la conseguirá viver no vácuo acompanhado somente por uma máscara de oxigênio. Deixa acontecer, depois conto como é a experiência.
Há uma semana iniciei a fisioterapia, digamos que fisioterapia com uma gaiola no braço é um ato de bravura, o mais impressionante é que o médico disse para eu esticar o braço! Ainda estou longe desta façanha, até agora não consegui convencer o Ilizarov a me conceder admirável proeza. Deve ser porque o Ilizarov é russo e não entende português, mas acho que vamos chegar lá! Já estou obtendo bons resultados, pois já estou conseguindo tocar meu rosto e cabeça com a mão esquerda.
Pra terminar, estou renovando minha CNH graças à imensurável ajuda de meus tios.
Enfim a vida está voltando a caminhar pra frente! E é prá lá que eu vou!
Arriba!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Foto do Ilizarov V


A ferida está cicatrizando, porém, a foto continua não recomendada para pessoas sensíveis.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Um Mês de Gaiola. Parabéns!

Hoje faz um mês que ganhei minha fixação externa no braço. Não é um fato pra comemorar é só uma constatação.
Este mês custou a passar, parecia que ia dar um ano e não iria passar um mês. Acredito que isso se deve ao fato de ficar esperando ansiosamente o tempo passar.
Como faço todos os dias pela manhã, me pergunto: O que você vai escolher para hoje? Sofrer? Olho para o cardápio e me pergunto qual será o sofrimento do dia? Mas como já escrevi no blog, o sofrimento é opção, então me encho de forças e escolho não sofrer!
O prato do dia será: Obrigado por mais um dia, obrigado pela chance de recuperação. Hoje o dia está lindo e ensolarado, já se passou um mês de gaiola e só faltam onze meses pra eu ficar com o bendito Ilizarov até eu ganhar minha carta de alforria.
Força e pensamento positivo, a caminhada ainda é longa e a guerra contra a osteomielite é dura. Sairei vencedor desta guerra e com o espírito renovado. Muita coisa já mudou em mim para melhor!
Feliz aniversário, querido Ilizarov!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Foto do Ilizarov IV


Foto não recomendada para pessoas sensíveis.
Este é o 28o. dia que a fixação externa (Ilizarov) foi implantada em meu braço.

terça-feira, 23 de março de 2010

Ontem foi dia de médico.

Ontem foi dia de médico. Fui num ortopedista especialista em mão e cotovelo em São Paulo e depois fui ao meu especialista em Ilizarov em Jundiaí.
Está tudo correndo dentro da normalidade. Não sei o que pode ser chamado de normalidade, pra quem está com uma fixação externa no braço, mas o tratamento evolui bem, continuarei tomando meus antibióticos e fazendo meus curativos. As feridas do cotovelo já estão mais cicatrizadas.
Foi legal ter ido a São Paulo e Jundiaí, pois me lembrei da minha rotina de trabalho, lembrei do tempo em que eu fazia muitas coisas ao mesmo tempo e dirigia bastante. Saudades... Posso afirmar que era um trampo bastante dinâmico e agitado, às vezes até demais.
É bom lembrar-se da época em que eu trabalhava e não tinha nenhum problema físico e de saúde, eu acho que eu era meio metido a “Superman”, pois eu literalmente pintava e bordava.Êta carinha bom que era aquele, eh eh eh!
Atualmente só posso afirmar: “Se você não foi favorecido pela sorte, então não conte com ela”. Tem nêgo que tem sorte e tem nêgo que não tem sorte, depende...
No último sábado tive que ir a aula do MBA em Campinas, mais uma vez tive que encarar um monte de gente curiosa pra saber do meu Ilizarov, incluso o professor. Repeti a mesma história quatrocentas e cinquenta e oito vezes e confesso que voltei pra casa meio “down”.
Ontem fui obrigado a ouvir novamente pra eu dar “graças”, pois existem coisas piores que o meu caso... Estou pegando “birra” deste comentário. Acredito que somente quem passa pela dor conhece o alívio, quem não sente a dor, não conhece o alívio e quem não tem nada doendo não deveria falar uma coisa desta. Todo mundo sabe que existem coisas piores e pouparei quem lê de dar exemplos. Porém sou muito grato a todos que estão cuidando de mim: médicos, enfermeiros, esposa, familiares...
Feliz Ilizarov pra mim e vou voltar a chorar na cama que é lugar quente!
Fui!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Raio X do Ilizarov


Imagem do cotovelo fraturado com a fixação externa.

quinta-feira, 18 de março de 2010

No meio do caminho tinha uma pedra II.

Não tenho mais dúvida que estou passando pela fase mais difícil de minha vida. Acreditei que a atual fase não superaria aquela remota época em que tive apendicite e passei por uma crítica fase de recuperação e tratamento. Hoje, fisicamente e psicologicamente, tenho passado por provações diárias de recuperação, aceitação incertezas e superação.
Na semana que antecedeu minha cirurgia de colocação do Ilizarov, chorei muito... mas chorei muito mesmo! Não acreditava que depois de tanto tempo tratando minha fratura, eu ainda tivesse que passar pelo pior. Depois do Ilizarov, chorei uma única vez, não pelo Ilizarov e sim por uma atitude grosseira. Acredito que encontrei a resignação necessária para aceitar tudo o que vem acontecendo e continuar o tratamento de cabeça erguida.
Fui obrigado a rever todo o meu posicionamento e as minhas atitudes perante a vida até o momento do acidente. Entre todas as coisas que fiz, muitas foram sacrificantes: encarar mudança de emprego, viver em outra cidade, viver sozinho, aceitar morar e reformar um apartamento, etc. Foi difícil e trabalhoso, porém o que mais está me marcando, é a estranha sensação de não ter feito algo ou se arrepender do que não foi feito.
Hoje estou de peito aberto para vida! Não sei se recuperarei os movimentos do cotovelo, não sei se voltarei a trabalhar como antes, não sei se meu casamento irá resistir a esta fase, etc. Assim como vem acontecendo nos últimos meses, estou preparado para o imprevisto e certo de que as coisas não serão como antes, porém, estou muito confiante e pronto para tomar a decisão que seja necessária, seja ela qual for.
Para encarar estas dificuldades eliminando o sofrimento, tenho meditado e orado muitas vezes ao dia. Tenho me colocado em outras situações e sendo empático ao sentimento do próximo. Não tenho mais dúvidas que a partir do momento em que acordei da anestesia da última cirurgia (Ilizarov), minha vida já não era mais a mesma.
Coragem, pois a vida entrará novamente nos eixos, afinal, tudo é passageiro! Pela intensidade que tenho vivido, tenho acumulado experiências interessantes e tenho muita história para contar, rs. O Ilisarov será mais uma delas.
“Somente o marinheiro que enfrentou mil tormentas sabe qual é o gosto de uma bonança”.
Flavio Gemi - Itatiba SP.
18/03/2010

quarta-feira, 17 de março de 2010

No meio do caminho tinha uma pedra I.

A autopiedade tira nosso amor por si mesmo e pelo próximo. Escrevo isto baseado na idéia de não me sentir o coitadinho por estar com o Ilizarov no braço. Ter uma atitude de autopiedade torna a pessoa propensa a ser negativa ou estar próxima de sentimentos negativos.
Devemos trabalhar todos os dias, - todos os dias mesmo! – para despertar nos outros o amor que somos merecedores e não o sentimento de pena. Não somos dignos de pena, somos dignos de amor e amizade!
Escrevo este pequeno texto após visitar alguns sites e blogs de pessoas que como eu, usaram ou estão usando uma fixação externa nos membros. Muita calma nessa hora! Entenda-se por membros pernas e braços. O tratamento psicológico para quem usa uma fixação externa é tão importante quanto tratar a patologia (fratura e suas complicações).
É horrível utilizar o fixador externo (tipo Ilizarov), porém, tenho ciência que a cura passa por ele. Tenho que manter o foco: cola ossinho, ossinho cola!