terça-feira, 7 de setembro de 2010

Foto da nova gaiola.






Andei meio sumido. Foi pura falta de tempo.
Minha vida continua uma montanha russa, ou seja, cada vez que vou ao médico é pura emoção!
Meu ortopedista achou melhor mexer na gaiola (Ilizarov) para alterar o posicionamento de um anel da fixação externa que atrapalhava a visualização do raio x. Durante a mudança do anel, houve um solavanco no parafusar e desparafusar de uma parte do anel onde consegui ver toda a Via Láctea, tamanha a dor. Agora a gaiola possui um desenho diferente. Na minha opinião, ficou mais feio do que já era (parece a ponte estaiada de São Paulo), o diâmetro do anel superior aumentou e ele machuca minha costela, enfim, desgraça pouca já é bobagem.
Na linha do ortopedista, ainda estou usando o estimulador ósseo para consolidar a fratura. A parte posterior do úmero já possui traços de crescimento de osso, porém, na parte frontal ainda existe uma fenda considerável. O médico sinaliza que será necessário fazer um enxerto. Porra, gastei uma nota preta para comprar o estimulador ósseo, incluso assinei um contrato que diz que o estimulador recuperárá 100% da fratura sem necessidade do enxerto após seis meses de uso e meu médico (que indicou o uso do estimulador) quer fazer um enxerto ósseo agora! O problema é que busco esclarecimento e questiono muito os médicos para poder ser curado logo e já descobri que médico nenhum gosta de sem apertado com muitas perguntas, lamentável mas é difícil aturar o EGO inflado de certos médicos.
Com o infectologista foi outra emoção, meu exames de sangue vêm acusando um leve aumento nas taxas de PCR e VHS. Na opinião da infectologista de Itatiba, eu deveria entrar com um tratamento de choque tomando 63 injeções de um antibiótico chamado Teicoplanina. Cada injeção custa na faixa dos R$ 400,00 e PIMBA! Lá vai o banana do Flavio pedir ajuda pra Deus e o mundo (assistente social, plano de saúde, SUS, secretaria da saúde) para conseguir o tratamento. Fui imediatamente consultar outro infectologista em Campinas que sugeriu aumentar a dose oral do Cipro em 500 mg diários, o que foi aceito pelos ortopedistas e pela infectologista de Itatiba, obviamente contrariada. Um mês se passou, fiz novos exames de sangue e as taxas de PCR e VHS caíram, então ficou decidido que continuarei tomando os antibióticos via oral com o acrécimo mencionado do Cipro. Obs: para os ortopedistas meu exame de sangue está pouquíssimo alterado e enquanto eu estiver com a gaiola no braço, o exame sempre estará alterado, enfim, eles nem se preocupam com isto devido à baixa alteração.
Parei de ir à fisioterapia em Jundiaí porque o fisioterapeuta simplesmente sumiu, sem dar satisfações. Fiquei sabendo que foi briga entre os sócios da clínica e por este motivo, voltei a fazer fisioterapia em Itatiba. O bom é que faço fisioterapia no clube e após o término da fisio, subo para a academia de faço 45 minutos de bicicleta. A bicicleta está me ajudando no condicionamento físico e em menos de 2 meses, perdí 6 kilos e me sinto muito melhor.
Para completar, posso afirmar que o ditado "quem trabalha não ganha dinheiro" é verdadeiro. Retornei ao trabalho no início de julho de 2010. Devido aos 11 meses de afastamento, perdí o período aquisitivo de férias e me apresentaram uma lista infinita de descontos que serão realizados em meu salário. São descontos em folha de pagamento que foram honrados durante os onze meses de afastamento e que agora devo para a empresa. São coisas do tipo: plano de saúde, plano dental, previdência privada complementar, mensalidade do grêmio, etc... Hoje eu não recebo do INSS e não recebo do meu empregador que está promovendo os descontos pertinentes em folha, por isso tenho trabalhado e não recebido (pra não ser injusto, recebo um pequeno adiantamento no dia 20 que é menos que o INSS pagava). Durma com um barulho destes.
Enfim, infelizmente já perdi a esperança de que meu caminho poderá ser mais "suave" nesta recuperação. Já encaro a possibilidade de ter que fazer enxerto ósseo, raspagem de osso, tomar antibiótico intravenoso, tomar antibiótico injetável intramuscular, ficar com esta gaiola mais tempo do que o previsto, perder o movimento do cotovelo, ficar sem dinheiro e etc. Curiosamente, enquanto projeto este tortuoso caminho, me encho de brio e coragem para enfrentá-lo e até o momento sigo sem reclamar das dores e da minha sorte, pois já estou ciente de que reclamar e chorar não ajudarão em nada na solução dos problemas.
Para terminar o relato de hoje, deixo imagens do novo desenho da gaiola.
Tchau e que eu tenha dias melhores, talvez eu já faça por onde merecê-los. Infelizmente não decido minha sorte e meu destino, que estão entregues às forças superiores, para as quais suplico diariamente.
Flavio Gemi 07/09/2010.